Durante meu início na psiquiatria, Portugal enfrentava uma grave crise de dependência causada pela heroína, fenômeno que também assolava os EUA e diversas nações europeias. Hoje, apesar das diferentes formas de vício, surgiu uma nova ameaça: o scroll infinito nas redes sociais. Essa prática incessante de deslizar conteúdos sem pausas rápidas cria um efeito hipnótico, estimulando circuitos cerebrais similares aos observados em dependências químicas. Especialistas alertam que esse tipo de consumo digital pode levar a alterações comportamentais e emocionais, dificultando o foco, aumentando a ansiedade e impactando negativamente a saúde mental. Assim como no passado, combater essa nova “droga” exige conscientização, regulação e estratégias para promover o uso equilibrado da tecnologia.