O ex-presidente da Bolívia, Evo Morales, tem conduzido sua campanha eleitoral de maneira discreta, diretamente de sua base na floresta boliviana, onde mantém contato próximo com seus apoiadores mais fiéis. Apesar de impedido de concorrer nas eleições gerais de 2025, Morales permanece como uma figura central no cenário político do país, orientando suas estratégias à distância.
Desde seu retorno do exílio, Morales optou por um perfil reservado, evitando aparições públicas frequentes e focando na articulação política dentro do partido Movimento ao Socialismo (MAS) e nas áreas rurais, seu maior reduto eleitoral. Suas decisões e mensagens são veiculadas principalmente através de rádios comunitárias e redes de comunicação locais.
Sua atuação se dá em um contexto de fragmentação política no país, com o MAS enfrentando desafios internos e externos, além da ascensão de candidatos de centro-direita. Morales tem feito apelos para o voto nulo, criticando a legitimidade do processo eleitoral e destacando a ausência de representantes que, segundo ele, defendam genuinamente os interesses do povo boliviano.
A floresta, cenário da resistência tradicional do movimento indígena boliviano, representa não apenas um refúgio físico, mas também simbólico para Morales, que busca manter viva a conexão com suas bases e a luta por direitos históricos, mesmo diante das adversidades políticas e judiciais.
