Brasília — Agosto de 2025 — Diante das recentes críticas feitas pelo presidente norte-americano Donald Trump ao Brasil — envolvendo questões comerciais, defesa da figura de Jair Bolsonaro e sanções econômicas — o ex-ministro José Dirceu propôs, em artigo e comentários públicos, uma estratégia clara para o país: unir forças em defesa da democracia, ampliar a articulação suprapartidária e aproveitar a crise para fortalecer a soberania nacional.
📌 Diagnóstico das motivações de Trump
- Para Dirceu, Trump exige tarifas menores e menos regulação sobre plataformas digitais brasileiras por motivos econômicos, em especial por temer que iniciativas como o Pix ou a regulação das big techs ameacem pilares da economia dos EUA.
- O ex-ministro considera que a defesa de Bolsonaro por Trump é parte de uma tentativa de evitar precedentes internacionais que possam prejudicá-lo futuramente, além de proteger interesses políticos e econômicos ligados à extrema direita e setores empresariais norte-americanos.revistaforum+1
- Dirceu também ressalta o desconforto de Trump com a participação ativa do Brasil no BRICS e nas discussões sobre moedas alternativas ao dólar.
📌 Estratégia recomendada: Não reagir defensivamente
- Em vez de limitar-se à respostas defensivas ou apenas negociar para evitar sanções, Dirceu recomenda que o Brasil aproveite o momento para mobilizar o país em prol da democracia e da soberania, isolando a extrema direita — que, segundo ele, seria coautora dos ataques e sanções americanas.poder360+3
- Como exemplo, cita o manifesto “Unidade em Defesa do Brasil”, lançado em agosto por partidos de diversas tendências, que pede união nacional em torno da defesa do país contra ameaças externas.
- Dirceu sugere valorização de atos públicos, como o evento suprapartidário programado para setembro em São Paulo, pelo grupo Direitos Já! Fórum pela Democracia, como forma de ampliar o debate e fortalecer o diálogo institucional com diferentes setores da sociedade.
📌 Questões econômicas e mobilização interna
- O ex-ministro aponta também críticas ao mercado financeiro brasileiro por “endossar medidas unilaterais de pressão econômica contra o Brasil”, considerando essa postura como submissão e prejudicial à política externa independente do país.gazetadopovo
- Dirceu defende que o governo brasileiro utilize a indignação popular para atacar problemas estruturais, promovendo reformas que ampliem competitividade sem abrir mão da soberania.
📌 Expectativa e próximos passos
- Com a escalada das tensões entre Brasil e EUA sob Trump, a estratégia sugerida por Dirceu pode balizar o posicionamento do governo brasileiro e estimular ações conjuntas de partidos, sociedade civil e instituições para enfrentar desafios econômicos e políticos internacionais.
- A recomendação é que o país amplie canais de comunicação, defenda seus avanços tecnológicos nacionais e fortaleça alianças regionais e globais, sem se curvar a pressões externas.